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Uso popular e aplicação farmacêutica de plantas medicinais.

A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos tem por objetivo geral “garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos”, além de “promover o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”, as Ciências Farmacêuticas (CF) podem contribuir fortemente para esse objetivo geral atendendo ao primeiro objetivo específico do mesmo documento: “ampliar as opções terapêuticas aos usuários, com garantia de acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia, com segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde, considerando o conhecimento tradicional sobre plantas medicinais”.

  • Publicado: Quarta, 11 de Dezembro de 2019, 14h14
  • Última atualização em Terça, 06 de Julho de 2021, 12h32

A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos tem por objetivo geral “garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos”, além de “promover o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional”, as Ciências Farmacêuticas (CF) podem contribuir fortemente para esse objetivo geral atendendo ao primeiro objetivo específico do mesmo documento: “ampliar as opções terapêuticas aos usuários, com garantia de acesso a plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à fitoterapia, com segurança, eficácia e qualidade, na perspectiva da integralidade da atenção à saúde, considerando o conhecimento tradicional sobre plantas medicinais”.

Atingir esse objetivo pressupõe a combinação de elementos das CF tais como: Assistência Farmacêutica, Desenvolvimento de Fitoterápicos e Controle de Qualidade com os conhecimentos tradicionais. A associação desses conhecimentos caracteriza a Etnofarmácia.

 A aplicação do conhecimento tradicional, ou popular, acerca do uso curativo de vegetais no desenvolvimento de fitoterápicos mostra-se como uma estratégia bastante conseqüente e consistente; pois, pode gerar ocupação e renda a partir da inserção da comunidade organizada no processo de desenvolvimento, produção e inserção do produto assim desenvolvido no mercado farmacêutico; e ainda pode ser adequada do ponto de vista ecológico, quando a matéria prima vegetal para a produção desse fitoterápico for obtida a partir de espécimes cultivados em áreas degradadas. Quando um projeto com esse desenho se origina e se desenvolve na área das Ciências Farmacêuticas tem-se um estudo etnofarmacêutico.

O método de prospecção de plantas medicinais a partir das Ciências Farmacêuticas se desenvolve em um ambiente onde conteúdos da antropologia, da sociologia da saúde e, naturalmente, das ciências farmacêuticas interagem configurando a Etnofarmácia. Na última década, a consolidação da Assistência Farmacêutica tem possibilitado um permanente aperfeiçoamento dos conceitos e das estratégias de aplicação do método etnofarmacêutico.

Atualmente, entende-se o levantamento etnofarmacêutico como um método para a prospecção de plantas medicinais com o qual se levanta a nosologia de um grupo humano, os recursos vegetais indicados para os agravos levantados, os remédios preparados para tratá-los e ainda a relação entre usuários e os remédios usados. A relação de agravos serve de base para a elaboração da relação de plantas. A forma material de usá-las, os remédios, é abordada a partir de duas subáreas exclusivas das Ciências Farmacêuticas: a Farmacotécnica e a Farmacognosia.

A Farmacotécnica busca sistematizar a preparação do remédio, podendo transformá-lo em um medicamento a partir da pesquisa bibliográfica e experimental, e da determinação de parâmetros biofarmacotécnicos. Nessa atividade se podem desenvolver novas formulações e ainda se podem descobrir novos adjuvantes farmacêuticos.

Finalmente, a Farmacognosia caracteriza o vegetal do ponto de vista farmacobotânico e farmacoquímico deixando-o preparado para, em combinação com dados farmacotécnicos e farmacológicos, ser aproveitado como matéria prima para o desenvolvimento de fitoterápicos. Para produzir dados farmacobotânicos são realizadas análises macroscópicas e microscópicas do vegetal in natura e da droga produzida a partir dele, onde também se realizam as análises farmacoquímicas por meio de testes químicos que buscam localizar metabólitos na estrutura de órgãos do vegetal. Aprofundando essas análises se realizam ensaios fitoquímicos que consistem na utilização de reações químicas sobre extratos e da análise deles por métodos cromatográficos em camada delgada e por cromatografia líquida de alta eficiência.

O uso industrial de vegetais para a produção de fitoterápicos e fitocosméticos deve ser precedido de extenso trabalho de pesquisa que envolve além das ações descritas até agora o desenvolvimento galênico que se caracteriza na elaboração da fórmula propriamente dita. Cumprida essa fase, deve-se elaborar um escalonamento que se bem planejado será determinante para um processo bem sucedido, pois nessas condições a formulação desenvolvida na bancada estará sujeita a condições que se recrudescem fortemente quando as quantidades são multiplicadas na escala industrial.

Nessa fase entram em jogo os parâmetros determinados e verificados pela Tecnologia Farmacêutica e que variam de acordo com a forma farmacêutica que está sendo desenvolvida.

Dessa forma, o uso industrial do vegetal não está mais condicionado a propriedades farmacognósticas, farmacológicas ou mesmo botânicas. Aqui o determinante é o fornecimento constante do material vegetal com qualidade idêntica àquela atestada no inicio do processo e as propriedades biofarmacotécnicas determinadas na fase galênica e, principalmente, as propriedades físicas e físicoquímicas da formulação.

Escrito por: Wagner Luiz Ramos Barbosa

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